Postado em 5/9/2007 por Deris |
Assunto: Conselho pede fiscaliza��o do abate � venda de car |
Conselho pede fiscaliza��o do abate � venda de carnes em SEDiante do que todo cidad�o sergipano pode constatar com rela��o ao abate, distribui��o e venda de produtos de g�nero animal, o Conselho Regional de Medicina Veterin�ria do Estado de Sergipe (CRMV/SE) passou a exigir uma maior fiscaliza��o por parte do poder p�blico com rela��o aos abatedouros, transporte e supermercados de Sergipe. Segundo o presidente do CRMV, Rubenval Francisco de Jesus Feitosa, a legisla��o exige que todo o processo, desde o abate � venda, o produto de origem animal seja acompanhado por um m�dico veterin�rio. Acontece que em Sergipe isso n�o vem ocorrendo. De acordo com ele, j� existem t�cnicas modernas de abate, sendo que a venda desses tipos de produtos em feiras livre continua sendo irregular. Os grandes matadouros preocupados com o abate do animal normalmente utilizam uma pistola de ar comprimido para abater o animal, m�todo considerado ideal para um abate com menos sofrimento. Em Sergipe, por�m, predominam os matadouros clandestinos e municipais, que abatem os bois �� marretada�. Normalmente uma �nica pancada na cabe�a n�o � suficiente para que o animal morra. O boi sofre terrivelmente com o processo e debate-se, enquanto algu�m continua a desferir novas pancadas at� que ele pare de se mexer. Muitas vezes o animal desmaia e, ao acordar, est�o cortando os membros e a tirando-lhe o couro. As f�meas gr�vidas s�o mortas e seus fetos retirados vivos, e jogados no lixo. �Os matadouros aqui em Sergipe matam os animais com uma machadada na cabe�a, j� existem t�cnicas como o choque el�trico que melhora todo o processo. A falta de higiene em feiras livre � algo comum de se v�, j� que o produto deveria ser mantido em um ambiente resfriado e o corte da carne ser feito com roupas e materiais adequados�, afirmou Rubenval Feitosa. �O sangue e o leite s�o os principais produtos que proliferam doen�as, por isso o m�dico veterin�rio tem que acompanhar a chegada do animal para o abate para constatar a exist�ncia de algum tipo de doen�a em evid�ncia. Tamb�m acompanhamos os h�bitos de higiene e vestimenta, al�m do transporte adequado�, detalha Rubenval. O presidente do Conselho explica que ap�s o abate, o animal deve ser resfriado imediatamente, para que se evite a prolifera��o de bact�rias, uma pr�tica n�o muito comum no Estado. Ap�s o corte, o m�dico deve averiguar a carne, as condi��es de higiene do local e, em seguida, o meio de transporte. J� no ponto de venda, o veterin�rio passa a ser o respons�vel pela comercializa��o, verificando a qualidade da carne. �Da fazenda, passando pelo abate at� a comercializa��o, existe todo um processo que deveria ter o acompanhamento do m�dico veterin�rio, mas o poder p�blico parece n�o estar interessado nisso. Infelizmente por quest�es pol�ticas, eles preferem n�o modernizar os matadouros. � prefer�vel esperar a popula��o ficar doente para a� sim poder ajudar. Hoje pessoas morrem por conta da p�ssima qualidade da carne. E quem � o respons�vel por tudo isso?�, questiona o presidente. Prefeituras Atualmente poucas prefeituras t�m um m�dico veterin�rio em seu quadro, para acompanhar o processo de abate nos matadouros pelo interior do Estado. As prefeituras de Est�ncia, Lagarto, Canind� do S�o Francisco, Arau�, Itaporanga, Muribeca, Umba�ba, Riach�o do Dantas, Laranjeiras, Itabaiana, Maruim, Nossa Senhora das Dores, Aquidab�, Ne�polis, Porto da Folha, S�o Crist�v�o, Nossa Senhora do Socorro, Propri�, Cedro de S�o Jo�o e Boquim j� contrataram esse tipo de profissional. Faltam os outros 54 munic�pios procurarem se adequar as normas t�cnicas exigidas por lei. Em Indiaroba, segundo o vereador Adnaldo do Nascimento Santos (PC do B), a situa��o de abate � calamitosa e preocupante. �O abate de animais aqui � coisa de cinema. Uma trag�dia. N�o existe nenhuma condi��o de higiene e limpeza�, disse. �Durante o abate apenas um t�cnico do Deagro fiscaliza tudo, nenhum veterin�rio da prefeitura se responsabiliza pelo que acontece aqui. Pelo que sei n�o existe veterin�rio em Indiaroba para fiscalizar o matadouro�, revela o vereador. A situa��o no munic�pio de Umba�ba n�o � diferente. Animais s�o abatidos, transportados e vendidos nas feiras livres da cidade sem nenhum tipo de fiscaliza��o por parte da prefeitura. Segundo a vereadora Ginalva Cruz (PT), o estado de calamidade � vis�vel, j� que o munic�pio n�o faz nenhum tipo de fiscaliza��o. �Na feira livre da cidade o com�rcio de carne ocorre sem nenhuma higiene. Em dias de chuva a situa��o � pior, porque tudo fica exposto � lama e � �gua que corre dos esgotos, que geralmente est�o entupidos�, afirmou a vereadora. �A prefeitura possui um veterin�rio em seu quadro, mas eu n�o lembro de sua atua��o junto ao matadouro local e � fiscaliza��o do com�rcio de carne na feira livre n�o�, completa Ginalva. Deagro Segundo a diretora de Defesa Animal e Vegetal do Departamento de Desenvolvimento Agropecu�rio (Deagro), Salete Dezen Vieira, a empresa vem realizando seu trabalho de forma contundente. �Temos uma fiscaliza��o m�vel em feiras e matadouros e acompanhamos o GTA (Guia de Tr�nsito Animal) desde a sa�da da fazenda at� o local de abate�, Depois que o animal j� est� no matadouro, de acordo com ela, a responsabilidade passa a ser das prefeituras, que deveriam cuidar da higiene no local e tamb�m no abate do animal. Por�m alguns matadouros em Sergipe n�o apresentam condi��es suficientes para garantir a sa�de da popula��o. Para acabar com todo o problema, a diretora Salete apresenta uma solu��o pr�tica e vi�vel. �O ideal seria que os matadouros fossem regionalizados e n�o municipais, como acontece. Bom seria tamb�m se eles fossem terceirizados, porque assim eles deveriam cumprir � risca as normas de higiene. Nesses dois casos os trabalhos seriam centralizados e a fiscaliza��o mais direta nos matadouros�, afirmou. Vigil�ncia Sanit�ria De acordo com o coordenador da Vigil�ncia Sanit�ria Estadual, Ant�nio P�dua, a situa��o do abate, transporte e comercializa��o dos animais em Sergipe � bastante complicada. A vigil�ncia tem contado com o apoio da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) para evitar, principalmente, o transporte irregular de carne. �A PRF vem fazendo constantes apreens�es de carnes que s�o transportadas irregularmente. O correto seria que logo depois do abate a carne n�o tivesse exposta a uma temperatura superior a 7 graus e, infelizmente, n�o � isso que n�s vemos. Segundo informa��es, � que foram apreendidos quilos de carnes que estavam sendo transportados em ambul�ncia�, disse o coordenador. Ainda segundo Ant�nio P�dua, as prefeituras deveriam contratar m�dicos veterin�rios para que fiscalizassem todo o processo de abate desses animais. E que a carne fosse consumida apenas naquele munic�pio. Em Sergipe existe apenas um frigor�fico moderno e com autoriza��o para circular em todo o Estado. �Cada munic�pio � respons�vel pelo seu matadouro, mas o estado deles � prec�rio. Em Sergipe o Nutrial, de Propri�, � modelo nesse processo, inclusive com licen�a federal�, afirmou P�dua. �A Vigil�ncia Sanit�ria Estadual estar� enviando uma solicita��o ao Minist�rio P�blico para que seja feita uma audi�ncia com todos os �rg�os envolvidos nesse processo, para que se discuta essa problem�tica no Estado. Afinal de contas muitas pessoas ficam doentes por causa da falta de higiene nesse processo. �, sem d�vida, um caso de sa�de p�blica�, reconhece P�dua. Fonte: Jornal da Cidade |
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