HIST�RIA DOS BAIRROS E POVOADOS DE BOQUIM
CABE�A DANTAS

Hist�ria do pr�ximo povoado: Miguel dos Anjos em 18/10/2004

O Povoado Cabeça Dantas fica localizado na zona leste, nos limite do município de Boquim. A parte plana do povoado é recortada pela Rodovia Venâncio Fonseca, onde saem inúmeras estradas que conduzem a diversos povoados: Couro-do-boi, Calitende, Remanso e couro dos Pilões. Percorrendo este Povoado, percebe-se ruas pavimentadas em alguns trechos, iluminação, água encanada, telefone públicos, campo de futebol, saneamento básico, supermercado, posto de saúde, igreja, bares, agroindústria (casa de farinha), associação comunitária, que ficam próximos da Escola Municipal Josefina Nogueira Soares. No entanto, o povoado passou por diversos problemas e dificuldades para chegar aonde chegou.

 Segundo um dos moradores mais antigo �o povoado foi descoberto por pessoas que saiam a procura de terra para fazerem suas plantação: algodão, milho e a mandioca; nesta época só existia mata fechada, para tanto se fez necessário o desmatamento; com isso, passaram a cavar a terra para fazerem suas plantações, onde encontraram uma �cabeça de anta� e passaram a chamar aquela localidade de Cabeça Dantas. A partir daí, começou a surgir as primeiras casas de taipa (feita de varra e barro) com um número aproximado de 25 dentre as redondezas. No ano de 1950, 80% deste povoado era mata, roça, plantações de milho, algodão, mandioca e bananeiras porem em meados de 1965 a comunidade começou a crescer e com isso, surgia as inúmeras dificuldades para a população existente. Viviam isolados sem água em suas proximidades as pessoas adultas se deslocavam para a �grota do macaco�, mata fechada para lavar suas roupas, tomar banho e também traz, surgia as inúmeras dificuldades para a população existente. Viviam isolados sem água em suas proximidades as pessoas adultas se deslocavam para a �grota do macaco�, mata fechada para lavar suas roupas, tomar banho e também traz para o uso diário, a iluminação ficava a cargo dos candeeiros a gás , enquanto que, as pessoas que tinham posse usavam lampião. Nesta época, não existiam estradas, e sim marcações com varas da mata, indicando os lugares que as pessoas iam com mais freqüência; as pessoas viajavam e transportavam as plantações em carro de boi, a cavalo, de trem (meio de transporte existente na época). O algodão era levado nos trens de carga para as industrias de tecido das grandes capitais;  o milho era vendido na feira de Boquim, e em cidades vizinhas; com relação á mandioca era utilizada para o comercio e o consumo de subsistência.

 Recorda um dos moradores desta comunidade que �para sobreviver neste povoado, as pessoas trabalhavam em suas roças, tinham seus pedacinhos de terra para plantar, era velhos, jovens e crianças trabalhando para sobreviver em tempos difíceis; hoje, procuramos um pedaço de terra para plantar e não encontramos, e quando tem, seus donos não cedem, no entanto, a necessidade de trabalhar fala mais alto, e com isso, a agricultura deste povoados limita-se somente á mandioca e a banana, para o comércio entre as cidades vizinhas e o próprio povoado. Atualmente 60% dos moradores vivem do comercio (bares, supermercado, loja de roupa, barraca nas feiras locais) enquanto 40% está distribuída entre pessoas que possuem roça, aposentados e desempregados. Os residentes desta localidade, na maioria já possuem casas de alvenaria, construída com tijolos comuns ou blocos de cimento, com eletricidade e água encanada�, que maravilha �ressalta o mesmo�.

 O Crescimento deste povoado deu-se através das idéias inovadoras do Srº. Vando (60 anos), almejando melhorias significativas em prol da comunidade carente, tornou-se um dos pioneiros para o desenvolvimento deste povoado. O mesmo relata com emoção sua trajetória nesta localidade quando ao assistir o Jornal Nacional, na Emissora Globo, ficou informado que �aonde tiver uma comunidade organizada, haverá um projeto a nível do Banco do Brasil, FUNDEC (Fundo do Desenvolvimento Comunitário). Logo após a divulgação pelo comunitária, energia elétrica, uma igreja e um trator de arar, levou ao Banco do Brasil. O  banco enviou a Brasília para ser aprovado; ao chegar o resultado, Boquim foi excluído, fato esse que justificava que a cidade era rica e grande produtora de laranja. Depois de um ano passado deste projeto enviado, recebeu em sua casa um comunicado de aprovação do projeto através de um funcionário do Banco Brasil, onde a comunidade de Cabeça Dantas foi beneficiada com a 1ª Associação comunitária da cidade através do FUNDEC e do Banco do Brasil.

 O Srº. Vando juntamente com Francisco Almeida funcionário do Banco, foram ao prefeito Horacio Fernandes Fontes buscar apoio em relação a construção dos bens recebidos; o prefeito sensibilizado com o interesse, dedicação e esforço daquele líder comunitário, comprou um terreno a Srª Lourdes (ex-Professora da comunidade) e entregou a propriedade JUNTAMENTE COM A ESCRITURA NUMA Assembléia Geral comunitária, onde no mesmo ato elegeram o Sr. Vando como Presidente da associação. O Banco do Brasil fez o levantamento e ao chegar o recurso, a responsabilidade da construção da associação, da igreja, a eletrificação e a compra do trator ficou a cargo da própria associação, Logo após, veio uma nova diretoria, sendo o presidente Américo Neves de Oliveira , que ao assumir, convidou o ex-presidente Vando para ser seu assessor, uma vez que, o mesmo já tinha experiências e também seria um grande colaborador com idéias novas. Em sua primeira administração, fez uma Assembléia Geral juntamente com seu assessor, onde passaram para comunidade a importância do Fundo Rotativo, o �PRONESE� (Projeto Nordeste), um programa do Banco Mundial para investir em casas populares, Posteriormente, todos os presidente de associações comunitárias, receberam convites do PRONESE para participarem de um �Seminário em Aracaju�, o presidente atuante solicitou do seu assessor a participação do mesmo a esse evento, onde no momento, não se encontrava disponível. Os assunto discutidos neste evento que se realizou no próprio prédio do PRONESE, enfocou vários benefícios, o Sr. Vando optou por um único, o através da grota do macaco. Pessoas do PRONESE veio conhecer de perto a realidade da comunidade com relação ao abastecimento de água e se reuniram numa assembléia Geral e juntos desenvolveram um plano, onde a maioria da população foi de acordo; os moradores pagavam R$ 3,00 da água e R$ 2,00 ficaria para a associação que buscou; isso acontece até os dias de hoje.

 Também com recursos de PRONESE (Banco Mundial e Estado), construíram 57 casas, beneficiando famílias carentes da comunidade. Foi através deste recursos via associação que o povoado foi crescendo e se desenvolvendo. A partir de 2001, tomou posse a presidenta comunitária Maria Ednaura de Souza , que vem desenvolvendo novos projetos, pequenos reparos e manutenção no tocante as necessidades enfrentadas pela comunidade. Através do atual prefeito Luiz Fonseca, que repassou recursos á associação, construíram uma agroindústria para melhorar as condições de vida daqueles que cultivam a mandioca, com equipamento modernos, favorecendo consideravelmente á população.

 A população desse povoado é de aproximadamente 1.500 habitantes; muitos residentes sentem-se na necessidade de se deslocarem do seu próprio povoado á procura de emprego, onde muitos residem em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife; outros se deslocam para cidades vizinhas, como Arauá e Itaporanga d, Ajuda, retornando á noite; enfim, a necessidade do emprego leva as pessoas a saírem do campo, para deslocarem-se em busca de uma vida melhor na cidade. Segundo uma das moradoras, que não são poucos, trabalham quando tem a safra da laranja, quando acaba, ficam a mercê da sorte e do destino; outros passam a praticar maldade por não ter o que fazer�.

 Em tempos passados, senhoras muitos religiosas foram as pioneiras nas orações ao �Senhor do Bonfim�, através de recursos da associação comunitária, comemoram o dia do padroeiro com novenas e procissão, no mês de janeiro de todos os anos, nos dias 16 a 25 ou quando fizer necessário a mudança da data para coincidir a procissão no domingo. Também há o tradicional �Natal� que acontece a cada ano, precisamente no mês de fevereiro, onde há atrações musicais, parque pras crianças e jovens, a comunidade participa em massa, inclusive contavam com a presença de visitantes da própria cidade e cidade circunvizinhas.

Colabora��o: F�tima da Educa��o (pesquisadora) Ides Araujo (digitador) Derivaldo Araujo (Boquim.com).

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